6 de nov. de 2020

O BRASIL É SINÔNIMO DE AGRONEGÓCIO E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL – RESPONSÁVEL PELA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS, FIBRAS E ENERGIA PARA O MUNDO, COM A MAIOR SUSTENTABILIDADE GLOBAL.

Endosso enfaticamente a fala do Sr. Antônio Galvan (Presidente da Aprosoja MT) quando afirmou na Bélgica, em 2018, para uma plateia composta por ambientalistas europeus, que “o Brasil tem uma legislação ambiental (rigorosa inclusive), tem soberania e não é mais colônia”; e ainda questionou: “com que moral” os europeus interferem nas questões ambientais do Brasil? Isto posto, e fazendo destas, minhas palavras, vamos aos dados.

O Brasil este ano colheu mais uma safra recorde, de acordo com o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística foram 251,993 milhões de toneladas, a área colhida no país foi de 65,196 milhões de hectares. Este volume produzido posiciona o Brasil como o terceiro maior produtor mundial de grãos, conforme gráfico abaixo. 


Deve-se observar entretanto, que esta área colhida com grãos em 2020 representa somente 7,7% do território nacional. Quando se retroage ao ano de 1978, nota-se que a área colhida naquele ano, de 36,349 milhões de hectares, representava 4,3% da superfície do país e que, após mais de quatro décadas, a área colhida com grãos no Brasil em relação ao total de seu território teve um avanço de apenas 3,4 pontos percentuais, demonstrando efetivamente a hegemonia do aumento da produtividade na produção de grãos no Brasil, como se evidencia no gráfico abaixo (dados do IBGE). 

Nos últimos 42 anos, a produção de grãos no Brasil teve um crescimento de 584,41%, enquanto a área colhida com grãos teve um incremento de apenas 79,36%; esta evolução da produção é decorrente do ganho de 381,59% em produtividade nas culturas de grãos. Enfatiza-se que este aumento de produtividade evitou substancialmente o desmatamento para a incorporação de novas áreas agrícolas.



O gráfico abaixo apresenta, com dados do IBGE, a série histórica das safras de grãos no Brasil entre 1978 e 2020, destacando-se o excepcional incremento da capacidade de produção de grãos no Brasil em relação ao pequeno aumento de área no mesmo período.


O gráfico abaixo apresenta a relação entre a área colhida e a produção de grãos no Brasil entre 1978 e 2020. Observa-se que em 1978 esta relação estava em 49,7%, neste ano, cada hectare produzia em média 1.200 Kg de grãos (média das diversas culturas); em 2020 esta relação é de 20,6%, com cada hectare produzindo em média 3.865 kg de grãos. Produzindo mais por hectare, a necessidade de abertura de novas áreas agrícolas é menor.


É claro que novas áreas foram incorporadas à produção de grãos, especialmente aproveitando as aptidões locais e regionais e levando desenvolvimento à região, como se exemplifica com o MATOPIBA – Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, que teve alterada sua configuração produtiva, gerando alimentos, renda e empregos em locais onde não havia possibilidade de trabalho.

Ressalte-se ainda o caso do Estado de Mato Grosso, em 1980 o estado representava apenas 2,8% da produção nacional de grãos; após quatro décadas, em 2020, a safra estadual de grãos equivale à 28,9% da safra brasileira e o estado é a maior economia agropecuária do país.

Todavia, deve-se enfatizar que no Estado de Mato Grosso, maior produtor de grãos do Brasil, a dinâmica da relação de incremento da produção e área de grãos no estado foi semelhante à do Brasil (como demonstrado no gráfico abaixo), com a produção crescendo substancialmente mais que o avanço de área, em decorrência de contínuos ganhos de produtividade nas lavouras, que ocorreram em função da intensificação tecnológica no processo produtivo.




Do mesmo modo que no cenário nacional, em 1975, no Estado de Mato Grosso, a relação entre a área colhida e a produção era de 43%, neste ano, cada hectare produzia em média 1.324 Kg de grãos; esta relação reduziu-se para 18,8% em 2020, quando se produz 4.320 Kg de grãos por hectare, observa-se que no Estado de Mato Grosso, em 2020, cada hectare colhido com grãos produz em média cerca de 3,26 vezes mais que no ano de 1975.

É importante ressaltar que esta majoração na produtividade na produção de grãos no Estado de Mato Grosso tem como consequência direta a redução na dinâmica de desmatamento, considerando-se ainda que cerca de 56% do Estado de Mato Grosso encontra-se no Bioma Amazônia (IBGE) esta redução assume maior importância.




Os ganhos de produção obtidos nas safras de grãos tanto em nível nacional, quanto nos principais estados produtores do Brasil decorrem da aplicação intensa de tecnologias, uso adequado de insumos e práticas de melhorias e conservação do solo. O Brasil tem aplicado, cada vez mais intensamente, práticas conservacionistas de solo, especialmente o SPD – Sistema de Plantio Direto que reúne duas das principais premissas da conservação do solo: redução de sua movimentação (revolvimento) e manutenção de resíduos culturais em  sua superfície.

Observa-se, por exemplo, que os três principais estados produtores de grãos do Brasil possuem a maior parte de suas áreas produtivas sob o Sistema de Plantio Direto, como demonstra o gráfico abaixo.



Nestes três estados concentra-se 55,5% da produção brasileira de grãos e como se pode conferir os percentuais de utilização do Sistema de Plantio Direto – SPD são bastante elevados.
Na implantação do Sistema de Plantio Direto no país o objetivo inicial era de realizar a semeadura sem a necessidade de revolvimento e mobilização do solo, manejando a palhada para a cobertura permanente do solo. 

Desta primeira meta, evoluiu-se para uma visão ampla e sistêmica do Sistema de Plantio Direto, entendendo-se sua importância para a melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo, sua relação benéfica com o balanço total de carbono e sua indissociável característica de tornar a agricultura uma atividade altamente sustentável. 
O Sistema de Plantio Direto possibilita ao Agronegócio a redução de suas emissões de GEE – Gases de Efeito Estufa, o sequestro de carbono (CO2) da atmosfera e a manutenção de grandes quantidades de carbono no solo. 

Eliminando etapas de preparação do solo, reduz substancialmente as operações com máquinas sob sua superfície e, em decorrência, o uso de combustíveis fósseis e as emissões de CO2 .
A manutenção dos restos culturais na superfície, forma uma camada de matéria orgânica que se decompõe de forma lenta e gradual, assim como sua vagarosa mineralização, aumentando os estoques de carbono no solo e evitando sua emissão à atmosfera.

O solo é um elemento essencial na dinâmica da emissão e do balanço total do carbono. Quando se analisa a totalidade dos estoques de carbono no planeta, deve-se considerar que em até 1 metro de profundidade do solo há uma quantidade de carbono cerca de duas vezes maior que o presente na atmosfera e aproximadamente três vezes mais que o carbono contido na vegetação global. (ESALQ / USP, 2009) 

Para se ter uma ideia de sua dimensão, apenas nos 30 centímetros iniciais de seu perfil (sua camada arável) o solo contém mais carbono que toda a atmosfera do planeta. Apenas estes dados, já dimensionam a importância do  Sistema de Plantio Direto para a contribuição do Agronegócio à sustentabilidade global.

Outros benefícios do SPD – Sistema de Plantio Direto são: a contenção da erosão hídrica e eólica; o aumento da infiltração e armazenamento de água no solo; melhora os atributos físicos, químicos e biológicos do solo; aumenta sua fertilidade, ampliando sua Capacidade de Troca de Cátions – CTC; proporciona aumento da produtividade e da competitividade das lavouras, com o aumento da estabilidade e fertilidade do solo ao longo dos anos; reduz significativamente os custos de produção.

No gráfico abaixo pode-se observar a relação entre o acréscimo de resíduos orgânicos no solo e o decréscimo do escorrimento e perda de solo e também com ´a melhor infiltração de água.(CNPTIA / EMBRAPA) disponível em:




Efetivamente sustentável em seus processos produtivos, o Agronegócio do Brasil é responsável também por extensas áreas de preservação dentro de suas propriedades. De acordo com os dados do CAR – Cadastro Ambiental Único, da EMBRAPA TERRITORIAL e do SNIF – Sistema Nacional de Informações Florestais, as áreas de preservação da vegetação nativa dentro das propriedades rurais do Brasil somam 218.245.801 hectares, representando 50% do total da área destas propriedades (percentual sem precedentes em outros países).

Esta área preservada dentro das propriedades rurais do Brasil equivale à 36,9% do total das áreas de preservação no país, que incluem as terras indígenas e as Unidades de Conservação. No total, estas áreas de preservação no Brasil somam 591.097.536 hectares, que representam 69,5% do território brasileiro (percentual também sem precedentes em outros países). 

Observa-se ainda que as áreas preservadas nas propriedades rurais do Brasil são 85,53% maiores que o total das terras indígenas do país e representam 85% da superfície das Unidades de Conservação brasileiras.

A imagem abaixo proporciona o melhor entendimento dos dados apresentados acima e demonstram a magnitude das áreas de preservação do Brasil. Fonte: Embrapa Territorial - https://www.embrapa.br/car/resultados 





Incluindo-se as áreas de vegetação nativa em terras devolutas ou não cadastradas e pastagens nativas, resulta em um percentual de 74,3% de áreas com vegetação protegida, preservada ou conservada no país. É um Brasil inquestionavelmente preservador e sustentável.

Ressalta-se que a tendência de ampliação de áreas para a produção de grãos é incorporando as áreas de pastagens, tanto as que estão necessitando de serem recuperadas, quanto as que estejam em bom estado, em função da intensificação do modelo produtivo da pecuária no Brasil, que tem adotado em maior número sistemas de confinamento, semi confinamento e rotação de pastos; obtendo maior produtividade a pecuária libera terras para a produção de grãos, eliminando a necessidade de abertura de novas áreas. 

Essa visão de ampliação da produção de grãos e demais alimentos do Brasil é essencial ao mundo. Dados da ONU – Organização das Nações Unidas apontam que em 2050 haverá uma população global aproximada de 9,7 bilhões de pessoas e, segundo a FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, para suprir as demandas por alimentos desta população a produção de alimentos deverá ser ampliada em aproximadamente 70%. Este cálculo considera não somente o incremento populacional, mas também a dinâmica da ascensão social e melhoria de renda e a urbanização da população.

Por suas singulares características: disponibilidade de novas áreas legalmente passiveis de incorporação ao processo produtivo; clima e condições de produção que proporcionam três safras anuais e tecnologia para ampliar a produtividade por hectare; de acordo com dados da FAO, o Brasil terá condições de suprir cerca de 40% da necessidade adicional por alimentos até 2050 e esta é uma esperança global.
Contudo, deve-se ponderar objetivamente, qual é a disponibilidade real das terras no Brasil a serem incorporadas para que sejam supridas as condições para o incremento da produção de maneira a garantir a segurança alimentar da população brasileira e global.

Consistente estudo coordenado pelo Dr. Evaristo de Miranda, da Embrapa Monitoramento por Satélite, aponta que, legalmente, apenas 33%, ou menos, do território brasileiro teriam condições de ocupação produtiva industrial, urbana e agropecuária, o restante estaria destinado à conservação ambiental e à populações específicas (índios, quilombolas, etc).

O texto afirma que houve, nos últimos anos, uma substancial destinação legal de territórios para a proteção ambiental e para populações minoritárias, sem que houvesse uma análise aprofundada de seu alcance territorial real, em face das necessidades produtivas do país e globais, como exposto acima neste texto. 

O estudo coloca ainda, muito apropriadamente, que há um grande hiato entre a legalidade e a legitimidade no uso e ocupação de terras e que este distanciamento, crescente, de acordo com o estudo, proporcionaria um acirramento de conflitos pelo uso e ocupação de terras no futuro.

O que se mostra, no cenário brasileiro, é um grande impasse na compatibilização das demandas por uma ampliação da produção de alimentos, fibras e energia que atenda às necessidades de uma população mundial em constante crescimento com as exigências legais de preservação ambiental e proteção às populações minoritárias.

Este impasse, que por óbvio deverá ser solucionado legalmente, deverá ter como premissa essencial em sua resolução a latente vocação do Brasil para o Desenvolvimento Sustentável, especialmente de seu Agronegócio, possibilitando sua ampliação e o atendimento pleno às garantias de segurança alimentar e energética nacional e global.

PANTANAL, PANTANEIRO E O “BOI BOMBEIRO” - OCUPAÇÃO HUMANA SUSTENTÁVEL HÁ QUASE 300 ANOS NO BIOMA MAIS CONSERVADO DO BRASIL.

 “... ninguém é mais interessado na conservação do Pantanal do que quem vive e produz nele há quase 300 anos.” 

Fonte: https://www.midianews.com.br/opiniao/guardiaes-do-pantanal/384732 


Oficialmente registrada, a pecuária, como atividade econômica sistematizada, está presente no Pantanal desde 1737, ou seja, há 283 anos o homem pantaneiro está instalado no Pantanal, criando gado. Cerca de 95% da área do bioma pertence à propriedades privadas e a atividade pecuária é desenvolvida em aproximadamente 80% de sua área. Na década de 1940 cerca de 80% do rebanho estadual se encontrava no Pantanal.

Durante anos esta foi a região mais importante do Estado de Mato Grosso, tratada como matriz econômica e com grande força política, que ficou ao sul, quando da divisão estadual e de onde hoje se destaca a Ministra da Agricultura Tereza Cristina, de família pecuarista no Pantanal.

Com a força da soja, o protagonismo político se deslocou no Estado de Mato Grosso para o seu eixo de produção agrícola e o homem pantaneiro, e sua secular atividade produtiva, acabou desguarnecido politicamente e organizações ideológicas foram criminalizando suas atividades e procurando esvaziar a atividade pecuária na região, um erro gigantesco.

É interessante observar que, de acordo com dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, após quase 300 anos de atividade pecuária na região, o Pantanal é o bioma mais preservado do Brasil. A pesquisa Contas dos Ecossistemas: Uso da Terra nos Biomas Brasileiros aponta que 87,5% da cobertura natural do Pantanal, que inclui: as vegetações florestal e campestre e a área úmida está intacta e que o bioma foi o que sofreu menores perdas percentuais em área original, cerca de 1,6% apenas entre 2000 e 2018.

Enfatiza-se, como já exposto acima,  que a região possui 95% do seu território pertencente à propriedades privadas e que sua principal ocupação é a pecuária de corte, presente em 80% de sua área e que foram estas propriedades privadas, conduzidas pelo homem pantaneiro que conseguiram preservar secularmente 87,5% da área original da cobertura vegetal do Pantanal, demonstrando efetivamente, na vida real e prática e não em laboratórios e instituições de pesquisa (muitas inclusive, localizadas a milhares de quilômetros do Pantanal) que quem cuida da preservação do bioma é o homem pantaneiro.

A conservação do Pantanal é mais efetiva quando protagonizada pelos pantaneiros e por sua vocação natural para a pecuária, atividade que tem se mostrado, há quase 300 anos, como mais sustentável que muitas medidas protetivas geradas em salas de pesquisas. Como alertam Arnildo Pott e Xico Graziano: 

http://www.seb-ecologia.org.br/revistas/indexar/anais/viiiceb/palestrantes/apott.pdf 

https://www.poder360.com.br/opiniao/economia/a-importancia-do-boi-bombeiro-por-xico-graziano/ 

Na ausência de gado bovino, escreveu Arnildo Pott há 20 anos, ocorre “rápida sucessão para gramíneas altas do tipo pristino, morrendo sombreadas ervas prostradas e de menor porte, como Arachis, Bacopa, Burmannia, Polygala, Reimarochloa, Schultesia, Stenandrium, Cyperaceae, Eriocaulaceae, etc. Em fazendas desativadas e reservas tais como a RPPN SESC Pantanal e o Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, a remoção do gado promove sucessão para gramíneas cespitosas e acúmulo de biomassa seca, um difícil desafio ao controle de incêndio.”

Um ponto bastante simplista, (ou feito para induzir ao erro mesmo) na argumentação das organizações ambientalistas é que o gado nos municípios do Pantanal está crescendo. 

Pois bem, o Estado de Mato Grosso possui quinze municípios em área do bioma Pantanal e que, com exceção de um, nenhum dos outros apresenta totalidade de seu território no bioma: Barão de Melgaço (100%); Cáceres (85%); Poconé (84%); Santo Antônio do Leverger (62%); Porto Esperidião (41%); Nossa Senhora do Livramento (34%); Curvelândia (33%); Itiquira (23%); Mirassol D’Oeste (21%), os demais não possuem nem 20% do território em área do bioma.

Pois bem, onde alega-se que houve aumento no plantel nos municípios do Pantanal foi fora da área do bioma possivelmente, onde as condições logísticas, legais e de competitividade, principalmente, são melhores. Para se afirmar com precisão que o aumento de plantel ocorreu especificamente dentro do bioma Pantanal teria que se realizar um estudo específico para o bioma. De acordo com dados da Acrimat -  Associação dos Criadores de Mato Grosso menos de 15% do rebanho dos municípios está em área do Pantanal, também a confirmar.

Outro dado importante para a questão é que, com dados de 2016, a produção agropecuária da região gerou 23,66 mil empregos, entre diretos, indiretos e induzidos. Somente a bovinocultura gerou 12,92 mil empregos, entre diretos, indiretos e induzidos.

A legislação (Lei 8.830/2008) também é um fator impeditivo ao manejo das propriedades no Pantanal, impossibilitando o fogo controlado, a limpeza do pasto e a formação de pastagens, estas áreas, sem manejo, acumulam matéria-orgânica e tornam-se altamente combustíveis. Sem o manejo a pecuária se inviabiliza em muitas propriedades, que acabam por ser abandonadas.

É interessante que, objetivamente, a legislação e a atuação das ONG”s têm sido os principais agentes da situação atual do Pantanal, com muita matéria-orgânica para queimar em incêndios de grandes proporções, que são imputados aos pecuaristas pantaneiros, que, como apontado em um meio de comunicação: “ são fazendeiros que lucram com a criação de gado no Pantanal”. Pois bem, como se o lucro não fosse uma coisa boa, que gera investimentos, empregos e renda para outros setores e, quando na verdade, são os “fazendeiros” da região que cuidam dela há séculos e são, hoje, nestes grandes incêndios, cerca de 90% da mão de obra que os combate.

Realmente, o discurso e as ações dos ambientalistas motivados por ideologias estão na contramão do que se precisa fazer para a efetiva preservação do Pantanal, que inclui também a cultura do homem pantaneiro, seu secular modo de viver e as características da atividade pecuária pantaneira que promoveu, durante quase 300 anos a sustentabilidade do bioma.

São o  pantaneiro e o pecuarista que têm o maior prejuízo com as queimadas no Pantanal, perdem gado, perdem pastos, perdem cercas e benfeitorias, têm que gastar com mobilização do rebanho, com alimentação com ração. Estes são os maiores prejudicados, imputar-lhes culpa é doutrinação ideológica contra quem produz e preserva, é querer impor uma agenda que não cabe no Pantanal e nem em grande parte da sociedade.

Ao contrário do que prega esta agenda ideológica é necessário que se revise a legislação tornando-a compatível com os reais preservadores da região e que se valorize a pecuária no Pantanal, o homem pantaneiro e sua cultura que há varias gerações mantém este bioma em equilíbrio.

PRODUÇÃO DE GRÃOS NO ESTADO DE MATO GROSSO - SAFRA 2020

Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Fonte: IGC – International Grains Council


O Estado de Mato Grosso produziu 72.794.500 toneladas em sua safra de grãos de 2020, um recorde, com um incremento de 7,8% em relação à sua safra anterior. Sua área colhida cresceu 3,5% em relação ao ano anterior, atingindo 16.850.127 hectares. A produtividade média da produção de grãos no Estado de Mato Grosso é de 4.320 Kg/ha, sendo cerca de 4,1% superior à de 2019. 

Esta produção posiciona o Estado de Mato Grosso como o maior produtor de grãos do Brasil, com sua safra correspondendo à 28,9% da produção brasileira de grãos em 2020. O gráfico abaixo apresenta a produção de grãos (em mil toneladas) dos principias estados produtores de grãos do país.



A produção de grãos do Estado de Mato Grosso em 2020 representa cerca de 60,8% da safra do Centro Oeste; é também aproximadamente 79,3% maior que a do Estado do Paraná, segundo maior produtor nacional de grãos. Destaca-se que, produção de grãos do Estado de Mato Grosso equivale aproximadamente à soma das produções dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Piauí e Ceará.

A soja é o principal produto da safra de grãos do Estado de Mato Grosso, representando 48,2% da produção total de grãos do estado; o milho, segundo grão mais produzido em Mato Grosso, equivale à 46,6% do total de grãos produzidos no estado em 2020.

Somadas, as produções de soja, milho e caroço de algodão representam 98,9% da safra de grãos do Estado de Mato Grosso em 2020.

Observa-se que a produção de soja do Estado de Mato Grosso equivale à 10,4% da safra mundial de soja em 2020 e representa aproximadamente a soma da produção da Ucrânia, China, União Europeia (EU 28) e Índia.

Produtos da Safra de Grãos 2020 do Estado de Mato Grosso

Algodão - São quinze os estados brasileiros produtores de algodão, sendo que o maior produtor de algodão do Brasil é o Estado de Mato Grosso, com uma produção de 4.868.565 toneladas em 2020 (caroço e pluma), que é equivalente à 68,8% da produção brasileira de algodão e 94% da produção de algodão da Região Centro Oeste. Entre 2019 e 2020 houve um incremento de 4,6% na produção de algodão do Estado de Mato Grosso. A produção de caroço de algodão corresponde ao total da produção x 0,61 >> 4.868.565 x 0,61 = 2.969.525 toneladas de caroço de algodão.
A produção de algodão de Mato Groso é cerca de 227% maior que a produção do Estado da Bahia, que é o segundo maior produtor do Brasil. As produções de algodão dos estados de Mato Grosso e Bahia somadas, correspondem à 89,8% de toda a safra de algodão do Brasil em 2020. 

Arroz – entre 2019 e 2020 a safra de arroz no Estado de Mato Grosso teve um decréscimo de 14,3%, sendo obtida uma produção de 379.782 toneladas em 2020. Esta queda na produção é decorrente de uma redução de 14,7% em sua área colhida, que é de 116.625 hectares. Houve melhoria em sua produtividade, que passou de 3.240 Kg/ha para 3.256 Kg/ha, incremento de 0,5%.
Observa-se que atualmente a produção de arroz do Estado de Mato Grosso equivale à apenas 3,5% da produção brasileira, contudo, em 1977, com uma produção de 2.095.558 toneladas, Mato Grosso representava 23,3% da produção brasileira de arroz. Em 2005, o Estado de Mato Grosso obteve sua maior produção de arroz, 2.262.863 toneladas, que correspondiam 17,2% da produção do Brasil. Entretanto, a cultura de arroz declinou fortemente a partir de 2006, ano em que houve uma queda de 68,1% na produção de arroz do Estado de Mato Grosso, atingindo em 2020 sua menor produção desde 1975.

Feijão – o Estado de Mato Grosso se posiciona como o quinto maior produtor de feijão do Brasil, sua produção, 12,3% menor que a do ano anterior, é de 244.657 toneladas em 2020 e representa 8,3% da produção brasileira. O feijão teve seu crescimento consolidado no Estado de Mato Grosso no início da década de 2000. Entre 2003 e 2008 a produção estadual de feijão teve um crescimento de 119% e de 2008 a 2017, ano da maior produção de feijão no estado, 352.422 toneladas, houve um incremento de 220%; a partir deste ano a produção entra em declínio, reduzindo-se 44% entre 2017 e 2020.
O Estado de Mato Grosso produz feijão em três safras, sendo que a 3ª safra é a mais volumosa, sua área, de 50.620 hectares, é 47% menor que a área da 2ª safra, que alcançou 95.808 hectares, contudo, por ser irrigada, sua produtividade é 105% maior chegando a 2.496 Kg/ha em 2020.

Milho – maior produtor de milho do Brasil, o Estado de Mato Grosso tem sua produção de 2020 estimada em 33.931.858 toneladas, quase integralmente (99,3%) produzida em 2ª safra. Esta produção é cerca de 7,7% maior que a da safra anterior. A área colhida total de milho no Estado de Mato Grosso em 2020 é de 5.381.170 hectares, com um avanço de 7,1% em relação ao ano passado. Assim como a produção, a área colhida de milho em 2ª safra representa 99,2% de sua área total.
A produção de milho do Estado de Mato Grosso equivale à 33,8% da produção brasileira em 2020 e é 123% maior que a do Estado do Paraná, segundo maior produtor nacional de milho.

Soja – maior produtor de soja do Brasil, o Estado de Mato Grosso, com sua  produção de 35.070.044 toneladas em 2020 representa 29% da produção brasileira de soja e 10,4% da produção mundial de soja, segundo dados do IGC – International Grains Council.
Seu volume de produção em 2020 foi 8,7% superior ao do ano anterior e sua área colhida, de 9.989.649 hectares, teve um incremento de 2,7% em relação à 2019. A produção de soja do Estado de Mato Grosso é 69% maior que a do Estado do Paraná, segundo maior produtor do país e representa 5% mais que a soma dos estados de Goiás e Paraná. A soja é também o principal produto de exportação do Brasil e do Estado de Mato Grosso, representando 52,3% das exportações estaduais em 2020.

Relação Milho e Soja

É interessante observar que em 1975 a produção de milho no estado de Mato Grosso era 40% superior à da soja e a área colhida com milho era 26,5% maior que a da soja também. Suas produtividades eram próximas: 1.554 Kg/ha para o milho e 1.403 Kg/ha para a soja.

A partir de 1981 a soja iniciou sua expansão, entre 1981 e 1984 sua produção expandiu-se 367%; em cinco anos, entre 1984 e 1989, houve incremento de 261% e, sucessivamente a cultura da soja ampliou-se em Mato Grosso, com um crescimento de 12.764% em sua produção entre 1975 e 2020

O milho, por sua vez, iniciou sua expansão mais robusta a partir do ano 2000; entre 2000 e 2010, a produção de milho do Estado de Mato Grosso teve um incremento de 471%; na década seguinte, entre 2010 e 2020 o crescimento da produção de milho no Estado de Mato Grosso foi de 316%. Entre 1975 e 2020 houve um incremento de 8.784% na produção estadual de milho.

A produtividade do milho em 1975 era de 1.554 Kg/ha e passou  para 6.310 Kg/ha em 2020, um crescimento de 306%. A soja obteve um incremento de 150% em sua produtividade, passando de 1.403 Kg/ha em 1975 para 3.611 Kg/ha em 2020.

O gráfico abaixo demonstra ó crescimento da produção de milho e soja no Estado de Mato Grosso, observando-se que o volume produzido de milho aproxima-se cada vez mais do da soja, devendo mesmo ser maior em breve, em função da demanda das usinas de etanol instaladas no estado.




PRODUÇÃO DE GRÃOS DO BRASIL – Dados Setembro / 2020

 Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

A safra de grãos do Brasil em 2020 está estimada em 251.992.899 toneladas, volume 4,4% maior que o da safra anterior e correspondendo à 11,6% da produção mundial de grãos. A área colhida de grãos nesta safra é estimada em 65.195.711 hectares, 3,1% superior à área do ano anterior e correspondendo à aproximadamente 7,7% do território nacional.

A Região Centro Oeste é a maior produtora de grãos do Brasil, correspondendo à 47,5% da safra total de 2020. Juntas, as regiões Sul e Centro Oeste respondem por cerca de 76,7% da produção brasileira de grãos. O gráfico abaixo apresenta a distribuição da produção de grãos do Brasil nas suas regiões.




A soja é o principal produto da safra de grãos do Brasil, sua produção, de 121.386.542 toneladas equivalem à 48,2% da produção brasileira de grãos em 2020. O milho é o segundo produto em volume na safra brasileira de grãos, sua produção de 100.456.000 toneladas em 2020 representa 39,9% da safra total de grãos do Brasil. A produção de soja e de milho, somadas, correspondem à 88% da safra brasileira de grãos.
A produção de arroz teve um incremento de 7,3% em relação ao ano anterior alcançando 11.006.518 toneladas, a área colhida de arroz, entretanto, teve uma queda de 1,4%. A produção de soja, milho e arroz, somadas, representam 92,4% da produção de grãos do Brasil.



CENÁRIO GLOBAL DA PRODUÇÃO DE GRÃOS / 2020

Fonte: IGC – International Grains Council

A produção mundial de grãos em 2020 está estimada em 2.181,3 milhões de toneladas, representando um incremento de aproximadamente 2% em relação à safra passada. O gráfico abaixo apresenta a produção e a participação global dos principais países produtores de grãos. Observa-se que três países: Estados Unidos, China e Brasil produzem o equivalente à aproximadamente metade (49%) da safra mundial de grãos.




O milho é o grão mais produzido no mundo, em 2020 sua produção está estimada em 1.121,1 milhões de toneladas, que equivalem à cerca de 51,4% da safra mundial de grãos. Os Estados Unidos são o maior de milho do mundo, com uma produção de 345,9 milhões de toneladas. 

O trigo é o segundo grão mais produzido mundialmente com uma produção total de 762,2 milhões de toneladas, que representam aproximadamente 34,9% da safra mundial de grãos. A União Europeia (28) é a maior produtora, com 155 milhões de toneladas em 2020; individualmente a China é o país com a maior produção mundial, com 119,8 milhões de toneladas.

Com uma produção estimada em 497,1 milhões de toneladas, o arroz é o terceiro grão mais produzido globalmente, correspondendo à cerca de 23% da safra mundial de grãos em 2020. A China, com uma produção de 146,7 milhões de toneladas é o maior produtor mundial de arroz, representando 30% da produção mundial. 

A soja, com uma produção global estimada em 338,3 milhões de toneladas corresponde à aproximadamente 16% da safra mundial de grãos. Com 121,4 milhões de toneladas produzidas em 2020 o Brasil é o maior produtor mundial de soja. A produção brasileira de soja equivale à cerca de 36% da produção global.  





9 de mar. de 2019

CAR – CADASTRO AMBIENTAL RURAL - ANÁLISE DOS DADOS / 2018.


Fonte de dados: SICAR – Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural / Serviço Florestal Brasileiro.

Os dados do CAR, relativos a 2018, demonstram que o Brasil possui 5.498.416 imóveis cadastrados, somando uma área cadastrada de 503.834.037 hectares. Registra-se que nestes totais estão computados 26.670 imóveis rurais, que totalizam 32.836.553 hectares e que encontram-se em Unidades de Conservação da Natureza de Uso Sustentável, onde permite-se a permanência de populações tradicionais. Estes imóveis rurais estabelecidos nestas Unidades de Conservação representam somente 0,49% do número total das propriedades registradas no CAR, contudo, sua área equivale à 6,52% da área total cadastrada no CAR.
Considerando, de acordo com o IBGE (2017 / publicado no D.O. nº 124 de 26/06/2018), a área do território nacional em 851.575.909 hectares, observa-se que a área total das propriedades rurais no Brasil, de acordo com o CAR – Cadastro Ambiental Rural representa 59,16% do território brasileiro. Abaixo, apresenta-se, por regiões brasileiras, a divisão destas áreas e das propriedades rurais, segundo o CAR.



O que se observa, dos gráficos acima, é que a maior área cadastrada no CAR pertence à Região Norte, que, entretanto, possui o segundo menor número de propriedades rurais registradas no Cadastro. Destaca-se que a Região Nordeste apresenta o maior número de imóveis rurais cadastrados no CAR e que, a Região Centro Oeste, maior produtora de grãos do Brasil, é a que possui o menor número de imóveis cadastrados. No gráfico abaixo são apresentados os dados de área regional em hectares, a área cadastrada do CAR em hectares e o percentual destas em relação à área regional.


Nota-se, nos gráficos acima, que a Região Centro Oeste é a que possui maior área cadastrada no CAR em relação à sua área territorial, seguida pelas regiões Sul e Sudeste; estas três regiões são as principais produtoras do país.
Da área das propriedades rurais cadastradas no CAR, 205.030.237 hectares são áreas com Remanescentes de Vegetação Nativa, que correspondem à 40,69% da área total cadastrada das propriedades. As áreas de Reserva Legal (RL) somam 114.983.978 hectares, equivalentes à 22,82% da área dos imóveis rurais; as Áreas de Preservação Permanente (APP) possuem 21.318.976 hectares, que representam 4,23% da área das propriedades cadastradas no CAR. De acordo com os dados cadastrados no CAR, o Brasil possui 1.750.882 nascentes. Abaixo, gráfico com o número de nascentes por estado no Brasil.


Efetivamente, o berço das águas do Brasil é o Estado de Minas Gerais, suas quase 300 mil nascentes representam 17,09% do total das nascentes em território nacional, que estejam declaradas no CAR. Apenas quatro estados: Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Mato Grosso, contêm em seus territórios 56,80% das nascentes do Brasil.
Um dado importante, extraído do CAR, apresentado nos gráficos abaixo, são as áreas remanescentes de vegetação nativa contidas em cada estado e sua relação com a área cadastrada das propriedades rurais.




Como se pode observar pelos gráficos acima, Amazonas, Mato Grosso e Pará são os estados que possuem a maior área de vegetação nativa remanescente do país, presumivelmente em função de suas grandes extensões territoriais.
Observa-se também, que os estados da Região Amazônica são os que possuem o maior percentual de áreas de vegetação nativa remanescentes em relação à área das propriedades rurais, devendo-se ter consideração, neste contexto, pela legislação ambiental diferenciada para o Bioma Amazônico, com restrições mais severas ao desmatamento.

23 de fev. de 2019

O AGRONEGÓCIO É O MAIOR PRESERVADOR DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL


O Brasil é um dos principais produtores agrícolas do mundo. Sua produção de grãos em 2019, estimada em 233.435.859 toneladas, representa 11,23% da produção mundial de grãos. A produção brasileira de soja em 2018 equivale à 34,65% de sua produção mundial; a produção de milho no Brasil, neste mesmo ano, corresponde à 7,77% da produção global deste cereal. O Agronegócio brasileiro é responsável por gerar alimentos, fibras, agroenergiae empregos – apenas a cultura da soja é responsável por empregar 1,5 milhão de pessoas de maneira direta no Brasil, segundo a Embrapa Macrologística. A soja, empregada em rações animais, foi a responsável pelo barateamento das carnes no Brasil e no mundo, facilitando o seu acesso à bilhões de pessoas.
O Agronegócio brasileiro, de acordo com o Sistema Agrostat, do Ministério da Agricultura,  é responsável por 42,39% das exportações brasileiras em 2018 e o seu saldo comercial exterior é 49,42% superior à da Balança Comercial Brasileira, inclusive, sem o saldo do Agronegócio, a Balança Comercial Brasileira seria deficitária em boa parte de sua série histórica. O PIB – Produto Interno Bruto do Agronegócio brasileiro representa 23,5% do PIB nacional, segundo dados do CEPEA/ESALQ/USP.
O que se observa facilmente, em relação ao crescimento da produção agrícola brasileira, é que ele se alicerça efetivamente no aumento da produtividade da lavoura, em 1975 a produtividade média da produção de grãos no Brasil era de 1.200 Kg/ha, em 2017 atingiu seu ápice, com 3.932 Kg/ha, o que significa uma majoração de 227,79% neste período. Para 2019, a produtividade projetada na produção de grãos brasileira é de 3.753 Kg/ha, o que resulta em um incremento de 209,77 % em relação a 1975.
A agricultura brasileira cresceu em função das inovações científicas e tecnológicas aplicadas no segmento, da profissionalização dos produtores rurais, que deixaram de ser “roceiros”, para serem “empresários rurais”, tornando-se empreendedores arrojados e empresários qualificados com altíssimos níveis de gerenciamento sobre suas produções e propriedades.


A produção agrícola brasileira teve um incremento de 474,14%, entre 1975 e 2019, fruto da profissionalização dos empresários rurais e do apoio de instituições científicas e de tecnologia, privadas ou não, mas que, em conjunto, fazem com que os aumentos da produtividade das lavouras brasileiras sejam o fundamento da maior produção agrícola nacional, sem que sejam necessárias as aberturas de novas áreas para agricultura, que teve um crescimento de apenas 85,35% no mesmo período.



Pois que, efetivamente, estes empresários do Agronegócio brasileiro são também líderes na preservação do meio ambiente, até porque, independente das rigorosas Leis ambientais brasileiras, vivenciam real e cotidianamente a intensa integração da produção agropecuária com a natureza e seus recursos. Os números comprovam que os empresários rurais e o Agronegócio brasileiro são extremamente atuantes na preservação ambiental do Brasil e ainda, preservam mais que qualquer outro segmento produtivo ou mesmo que as Unidades de Conservação do país.

Os dados extraídos do CAR – Cadastro Ambiental Rural (dezembro de 2018), demonstram que a área de vegetação nativa nas propriedades rurais brasileiras é de 205.030.237 hectares, ao mesmo tempo, as áreas dos imóveis rurais é de 503.834.037 hectares, distribuídos em 5.498.416 imóveis rurais; deste modo, a área preservada de vegetação nativa nas propriedades rurais do Brasil representa 40,69% da área total destas propriedades.
Em relação à área do Brasil, de 851.575.909 hectares (IBGE, 2019), as áreas preservadas com vegetação nativa dentro das propriedades rurais do país equivalem à 24,08%, ou seja, cerca de um quarto do Brasil está preservado pelo Agronegócio brasileiro dentro das propriedades rurais do país.
Os dados do CNUC – Cadastro Nacional de Unidades de Conservação do MMA – Ministério do Meio Ambiente (2018) apontam que, no total, as áreas de Unidades de Conservação no Brasil somam (considerando sobreposições) 158.251.056 hectares, o que representa 18,58% do território nacional e é 22,82% menor que a área preservada pelos proprietários rurais no Brasil. Estes números corroboram o fato de que o Agronegócio e os produtores rurais são os que mais preservam o meio ambiente no Brasil.
Ampliando-se a análise, observa-se que, de acordo com o CNUC 2018, as áreas dedicadas à Proteção Integral no Brasil, que são aquelas efetivamente dedicadas, exclusivamente, à preservação (Parques Nacionais, Estações Ecológicas, Monumentos Naturais, Refúgios da Vida Silvestre, Reservas Biológicas), possuem um território de 54.323.558 hectares; deste modo, em relação à estas áreas de Proteção Integral, as áreas protegidas efetivamente dentro de propriedades rurais no Brasil (APP – Área de Preservação Permanente e RL – Reserva Legal) são 277,42% superiores.
As terras indígenas no Brasil, de acordo com o SNIF – Sistema Nacional de Informações Florestais (2018) ocupam 105.339.343 hectares, o que representa 12,37% do território nacional e apenas 51,38% das áreas protegidas em propriedades rurais no Brasil. Somando-se as áreas indígenas com as áreas de Unidades de Conservação no Brasil, chega-se a um total de 263.590.339 hectares, o equivalente à 30,95% do território brasileiro. As terras devolutas,  pertencentes à União, possuem 139.722.327 hectares de vegetação nativa intactas, segundo dados da EMBRAPA (CAR/SÍNTESE), o que equivale à 16,41% da área do país. Outro ponto a se destacar é que somente as áreas de Reserva Legal e APP’s(CAR 2018) em áreas de propriedades rurais somam 135.702.954 hectares, o que é 28,82% maior que a área das Terras Indígenas no país.
Deste modo, conclui-se que 71,44% do território brasileiro é ambientalmente preservado e que o maior preservador do meio ambiente no Brasil é o Agronegócio, considerando a hierarquia da preservação ambiental brasileira da seguinte forma:

MICROVERDES – Novos produtos para a alimentação


Microverdes são as hortaliças folhosas que se desenvolvem entre 7 e 21 dias após o plantio e que já foram além da fase do broto e não se formaram como baby leafs, sua fase ideal de colheita é quando já apresentam as folhas cotilédones desenvolvidas. Além de possuírem um aspecto atraente para a composição de pratos mais sofisticados, os Microverdes têm sabor mais delicado e  possuem mais nutrientes que a planta desenvolvida. Estudos realizados com alguns produtos Microverdes atestaram que suas concentrações de nutrientes podem ser de até 40 vezes mais que a folha adulta.

As pesquisas demonstram que estes nutrientes estão presentes em maior quantidade em função das concentrações de bioativos(vitaminas, minerais e antioxidantes). Uma de suas principais qualidades, além de seus nutrientes em maior quantidade, é sua atratividade para crianças.
Os Microverdes surgem também como um novo mercado para horticultores, junto com uma maior demanda por alimentos mais saudáveis e que sejam produzidos com menor impacto ambiental, em função de novos métodos de produção que preconizam a sustentabilidade.
Seu público consumidor é geralmente de maior poder aquisitivo, que considera essencial uma alimentação mais equilibrada e investe em qualidade, sendo também mais exigente. Desta forma, é uma boa opção de investimento  com uma excelente relação custo/benefício. Dados do SEBRAE apontam que o segmento de alimentos saudáveis teve um crescimento de 98% entre 2009 e 2014.
Uma vantagem para o agricultor que fizer a opção de produzir Microverdes é o pequeno espaço necessário à sua produção, seu ciclo curto e o alto valor agregado do produto, aumentando sua rentabilidade por área ocupada. Podem também se adaptar facilmente à diferenciados sistemas de produção: hidropônico, orgânico ou convencional, contanto que estejam isentos de produtos químicos.
Os Microverdes podem também ser cultivados em ambientes urbanos e em estufas de pequeno porte, com estruturas verticais, o que propicia a produção em locais próximos aos centros consumidores e reduz substancialmente as perdas durante o transporte. Outro ponto importante, neste sentido, é que pode ser comercializado ainda plantado em seu substrato, em pequenas bandejas, o que reduz efetivamente a perda de nutrientes. Como opção de comercialização pode também ser embalado em um mixde folhas Microverdes.
Há muito mercado à conquistar: de acordo com uma pesquisa nacional realizada pelo SEBRAE, apenas 6% das empresas do ramo estão no segmento de alimentação saudável e diferenciada,destas: 56% atuam com alimentação orgânica, 18% saladas especiais, 6% alimentação vegetariana e 6% em alimentação saudável para crianças.
A produção de Microverdes apresenta bom potencial para pequenos produtores, aqueles que tenham pouca oferta de água em sua propriedade, os que queiram diversificar sua produção ou, ainda, que se interessa por um mercado crescente e com boas possibilidades de retorno sobre o capital investido.

22 de fev. de 2019

17 ODS – OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – ODS 7, ENERGIA LIMPA, RENOVÁVEL E ACESSÍVEL

O principal objetivo do ODS 7 é assegurar o acesso à energia para todos, de maneira confiável, barata, sustentável e renovável. É importante, entretanto, ao iniciar este texto, apresentar a diferença entre matriz energética e matriz elétrica: a primeira, matriz energética, é composta pelo conjunto de fontes de energia utilizadas para a combustão de motores, aquecimento de caldeiras, acionamento de termoelétricas, indústrias; a matriz elétrica, de outro modo, é o conjunto de fontes direcionadas somente à produção de energia elétrica. Observa-se então, que a matriz elétrica está contida na matriz energética.
No Brasil, de acordo com dados do IBGE, 99,70% da população brasileira possui acesso à eletricidade. Em 2017, foram consumidos 467.161 Gigawhats(GWh) de energia elétrica no Brasil, abaixo detalhados. Fonte: http://epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/Paginas/Anuario-Estatistico.aspx



A matriz energética brasileira é mais renovável que a matriz energética mundial, as fontes de energia renovável no mundo representam 14% do total – fonte: (http://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletricaano base / 2016), enquanto as fontes de energia renovável no Brasil alcançam 42,9% do total, percentual 206,43% superior ao mundial. Fonte: Balanço Energético Nacional 2018 / ano base 2017).
As fontes não renováveis de energia são, efetivamente, as maiores responsáveis pela emissão dos Gases de efeito Estufa (GEE), deste modo, sendo a emissão brasileira de GEE’s34,30% menor que a mundial, o Brasil dá sua importante parcela  de contribuição para a redução do efeito estufa no mundo.

Dentro do item Lixívia e outras Renováveis, encontram-se três subitens que se evidenciam pelo crescimento maior da oferta no período entre 2016/2017:

Energia Solar– aumento de 875,6%na oferta entre 2016/2017;
Biogás– aumento de 39,5%na oferta entre 2016/2017;
Energia Eólica – aumento de 26,5%na oferta entre 2016/2017.
O Biodiesel teve um aumento de 11,8% no período, destacando-se ainda a queda de 10,4% do Gás Industrial de Carvão Vegetal em 2017 em relação ao ano anterior.
O Óleo Diesel é a fonte de energia mais consumida no Brasil (18,1%), a Eletricidade (17,5%) e o Bagaço de Cana (11,3%) são, respectivamente, os segundo e terceiro mais consumidos.
As indústrias (32,9%) e os transportes (32,7%) (carga e passageiros) são os principais consumidores de energia no Brasil, juntos, estes dois segmentos consomem 65,6% do total da energia usada no país. O setor energético consome 10,1%; as residências 9,7%;  Serviços 4,8%; Agropecuária 4%. Fonte BEN – Balanço Energético Nacional 2018 – Ano Base 2017.
Ainda, de acordo com o BEN 2018, a maior variação no consumo de energia no Brasil no período 2016/2017 foi no setor de transportes, com um incremento de 2,3% em seu consumo neste intervalo de tempo.
No âmbito residencial, as famílias com maiores rendas aumentaram o consumo de eletricidade (0,8%) e GLP – Gás Liquefeito de Petróleo (6,3%); entretanto, as famílias com menores rendas, especialmente em áreas rurais, dependem ainda de fontes de biomassa, como a lenha, que teve um consumo 0,8% maior que no ano anterior. Segundo dados do BEN 2018, 63% da energia consumida em residências no Brasil é oriunda de fontes renováveis.
A matriz elétrica brasileira é majoritariamente renovável, suas fontes somam 80,4% (2017) do total da matriz elétrica do país, valor 252,63% superior ao mundial, que é de 22,8% (2015). Fonte Agência Internacional de Energia (2018).


A geração total de energia elétrica no Brasil teve uma variação de 1,6% no período 2016/2017, alcançando 587.962 GWh, destacando-se o incremento de 875,6% na geração da energia solar neste período, cuja participação na matriz elétrica passou de 0,015% em 2016 para 0,14% um aumento de 833,33%.
Na matriz elétrica brasileira, a maior fonte de geração é a hidráulica, com participação de 65,2% no total; a biomassa participa com 8,2%; as fontes eólicas correspondem à 6,8%; e as fontes solares representam 0,1% e é a fonte com maior crescimento de oferta entre todas.
Um dado importante neste contexto é que a energia solar é a fonte de energia mais importante na micro e mini geração distribuída, fornecendo 46,2% de seu total, com uma participação 96,60% superior à da geração hidráulica. Neste âmbito, da mini e micro geração, apenas 2,5% da geração de energia não é renovável, sendo oriunda do gás natural. Importa destacar também que este tipo de geração teve um aumento de 245,16% entre 2016/2017.
No Brasil, como visto anteriormente, a maior parte da população (99,70%) possui acesso à energia, situação muito diversa da mundial, onde aproximadamente 1 bilhão de pessoas, cerca de  13,33% da população, não possui acesso à eletricidade, ou seja, somente 86,67% da população mundial tem disponibilidade de energia elétrica em suas residências; deste modo, o índice brasileiro de acesso à energia elétrica é 15,03% superior ao mundial.
Importa destacar ainda, neste contexto, a característica fundamentalmente renovável desta oferta de energia à população, enfatizando que 80,4% (2017) da energia elétrica no Brasil é gerada por fontes renováveis; no âmbito global, este índice é de somente 22,8%, demonstrando a supremacia da geração de energia elétrica renovável no Brasil. Neste contexto, sobressai a geração hidráulica, com participação de  65,2% no total da energia elétrica ofertada no Brasil.