O Brasil é um dos principais produtores agrícolas do mundo. Sua produção de grãos em 2019, estimada em 233.435.859 toneladas, representa 11,23% da produção mundial de grãos. A produção brasileira de soja em 2018 equivale à 34,65% de sua produção mundial; a produção de milho no Brasil, neste mesmo ano, corresponde à 7,77% da produção global deste cereal. O Agronegócio brasileiro é responsável por gerar alimentos, fibras, agroenergiae empregos – apenas a cultura da soja é responsável por empregar 1,5 milhão de pessoas de maneira direta no Brasil, segundo a Embrapa Macrologística. A soja, empregada em rações animais, foi a responsável pelo barateamento das carnes no Brasil e no mundo, facilitando o seu acesso à bilhões de pessoas.
O Agronegócio brasileiro, de acordo com o Sistema Agrostat, do Ministério da Agricultura, é responsável por 42,39% das exportações brasileiras em 2018 e o seu saldo comercial exterior é 49,42% superior à da Balança Comercial Brasileira, inclusive, sem o saldo do Agronegócio, a Balança Comercial Brasileira seria deficitária em boa parte de sua série histórica. O PIB – Produto Interno Bruto do Agronegócio brasileiro representa 23,5% do PIB nacional, segundo dados do CEPEA/ESALQ/USP.
O que se observa facilmente, em relação ao crescimento da produção agrícola brasileira, é que ele se alicerça efetivamente no aumento da produtividade da lavoura, em 1975 a produtividade média da produção de grãos no Brasil era de 1.200 Kg/ha, em 2017 atingiu seu ápice, com 3.932 Kg/ha, o que significa uma majoração de 227,79% neste período. Para 2019, a produtividade projetada na produção de grãos brasileira é de 3.753 Kg/ha, o que resulta em um incremento de 209,77 % em relação a 1975.
A agricultura brasileira cresceu em função das inovações científicas e tecnológicas aplicadas no segmento, da profissionalização dos produtores rurais, que deixaram de ser “roceiros”, para serem “empresários rurais”, tornando-se empreendedores arrojados e empresários qualificados com altíssimos níveis de gerenciamento sobre suas produções e propriedades.
A produção agrícola brasileira teve um incremento de 474,14%, entre 1975 e 2019, fruto da profissionalização dos empresários rurais e do apoio de instituições científicas e de tecnologia, privadas ou não, mas que, em conjunto, fazem com que os aumentos da produtividade das lavouras brasileiras sejam o fundamento da maior produção agrícola nacional, sem que sejam necessárias as aberturas de novas áreas para agricultura, que teve um crescimento de apenas 85,35% no mesmo período.
Pois que, efetivamente, estes empresários do Agronegócio brasileiro são também líderes na preservação do meio ambiente, até porque, independente das rigorosas Leis ambientais brasileiras, vivenciam real e cotidianamente a intensa integração da produção agropecuária com a natureza e seus recursos. Os números comprovam que os empresários rurais e o Agronegócio brasileiro são extremamente atuantes na preservação ambiental do Brasil e ainda, preservam mais que qualquer outro segmento produtivo ou mesmo que as Unidades de Conservação do país.
Os dados extraídos do CAR – Cadastro Ambiental Rural (dezembro de 2018), demonstram que a área de vegetação nativa nas propriedades rurais brasileiras é de 205.030.237 hectares, ao mesmo tempo, as áreas dos imóveis rurais é de 503.834.037 hectares, distribuídos em 5.498.416 imóveis rurais; deste modo, a área preservada de vegetação nativa nas propriedades rurais do Brasil representa 40,69% da área total destas propriedades.
Em relação à área do Brasil, de 851.575.909 hectares (IBGE, 2019), as áreas preservadas com vegetação nativa dentro das propriedades rurais do país equivalem à 24,08%, ou seja, cerca de um quarto do Brasil está preservado pelo Agronegócio brasileiro dentro das propriedades rurais do país.
Os dados do CNUC – Cadastro Nacional de Unidades de Conservação do MMA – Ministério do Meio Ambiente (2018) apontam que, no total, as áreas de Unidades de Conservação no Brasil somam (considerando sobreposições) 158.251.056 hectares, o que representa 18,58% do território nacional e é 22,82% menor que a área preservada pelos proprietários rurais no Brasil. Estes números corroboram o fato de que o Agronegócio e os produtores rurais são os que mais preservam o meio ambiente no Brasil.
Ampliando-se a análise, observa-se que, de acordo com o CNUC 2018, as áreas dedicadas à Proteção Integral no Brasil, que são aquelas efetivamente dedicadas, exclusivamente, à preservação (Parques Nacionais, Estações Ecológicas, Monumentos Naturais, Refúgios da Vida Silvestre, Reservas Biológicas), possuem um território de 54.323.558 hectares; deste modo, em relação à estas áreas de Proteção Integral, as áreas protegidas efetivamente dentro de propriedades rurais no Brasil (APP – Área de Preservação Permanente e RL – Reserva Legal) são 277,42% superiores.
As terras indígenas no Brasil, de acordo com o SNIF – Sistema Nacional de Informações Florestais (2018) ocupam 105.339.343 hectares, o que representa 12,37% do território nacional e apenas 51,38% das áreas protegidas em propriedades rurais no Brasil. Somando-se as áreas indígenas com as áreas de Unidades de Conservação no Brasil, chega-se a um total de 263.590.339 hectares, o equivalente à 30,95% do território brasileiro. As terras devolutas, pertencentes à União, possuem 139.722.327 hectares de vegetação nativa intactas, segundo dados da EMBRAPA (CAR/SÍNTESE), o que equivale à 16,41% da área do país. Outro ponto a se destacar é que somente as áreas de Reserva Legal e APP’s(CAR 2018) em áreas de propriedades rurais somam 135.702.954 hectares, o que é 28,82% maior que a área das Terras Indígenas no país.
Deste modo, conclui-se que 71,44% do território brasileiro é ambientalmente preservado e que o maior preservador do meio ambiente no Brasil é o Agronegócio, considerando a hierarquia da preservação ambiental brasileira da seguinte forma: