24 de ago. de 2017

AVANÇOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS EVITAM O DESMATAMENTO E GARANTEM A SEGURANÇA ALIMENTAR.

Até a década de 1970, o aumento da produção agrícola brasileira ocorria exclusivamente em função do aumento de área cultivada, sendo limitada por sua baixa produtividade. A partir de meados da década de 1970 a agricultura brasileira iniciou sua trajetória ascendente, especialmente fundamentada em investimentos em ciência e tecnologia, amplamente incorporadas à produção.
Houve sim expansão de áreas agrícolas, principalmente no Cerrado brasileiro, a partir do fim da década de 1970 e, atualmente, na região do MATOPIBA; entretanto, esta expansão foi precedida do desenvolvimento de tecnologias que permitiram o plantio em seu solo, especialmente a correção de acidez e o uso de sementes cientificamente elaboradas para a região.
Há um crescente desafio para a produção agropecuária, que é atender a crescente demanda por fibras, energia, alimentos e demais matérias primas, para uma população que se projeta em cerca de 9,7 bilhões em 2050 e ainda, com equilíbrio e sustentabilidade ambiental.
O enfrentamento deste desafio só é possível a partir de maciços investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias; necessário, ainda, que este conhecimento chegue ao produtor, de todos os portes. O produtor e os demais elos da cadeia do Agronegócio, devem estar aptos a se manter em um mercado cada vez mais complexo e com demandas mas intensas qualitativa e quantitativamente.
De acordo com o documento Visão 2014 – 2034 O Futuro do Desenvolvimento Tecnológico da Agricultura Brasileira, elaborado pela EMBRAPA (AGROPENSA, 2013), existem determinados eixos temáticos sobre os quais a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico devem se fundamentar: novas ciências (biotecnologia, geotecnologia e nanotecnologia); agricultura de precisão, tecnologia da informação (big data) e automação; recursos naturais, mudanças climáticas e agrometeorologia; segurança zoofitossanitária das cadeias produtivas; segurança dos alimentos, da nutrição e da saúde;  tecnologia agroindustrial, da química verde e da biomassa; sistemas de produção, mercados, políticas e desenvolvimento rural. Essência da economia nacional, estas são as bases da sustentabilidade do Agronegócio brasileiro.

Efetivamente, os avanços tecnológicos e científicos se contrapuseram à tese Malthusiana de que a produção mundial de alimentos crescia em Progressão Aritmética enquanto a população aumentava em Progressão Geométrica e que, em função desta discrepância, haveria escassez de alimentos. Também contrapôs as teses ambientalistas de que, para que houvesse aumento substancial de produção mais áreas deveriam ser desmatadas.
Definitivamente, entendam, esta não é uma tese da “bancada ruralista”, considerando-me um “ambientalista produtivo” acredito fundamentalmente na produção e nos benefícios que ela traz à sociedade (alimentos; empregos; infraestrutura; desenvolvimento econômico, social, tecnológico, científico e cultural; divisas com exportação).
Entretanto, tenho também a crença essencial de que o alicerce da vida na Terra é o meio ambiente e que suas alterações e desequilíbrio colocam em xeque não só a produção agropecuária e industrial, por serem intrinsecamente dependentes dos recursos naturais, mas a própria vida humana, como a conhecemos. Sou veemente defensor da interdependência meio ambiente / agropecuária, não se produz na agropecuária sem o uso dos recursos naturais, em maior ou menor intensidade, não se mantém esta produção sem a sustentabilidade ambiental.
É nesse caminho que segue a moderna agropecuária brasileira, sistemas de produção integrados, sustentabilidade, redução de emissões, sistemas de qualidade e gestão ambiental, entre diversas outras iniciativas que demonstram o cada vez mais consolidado respeito ao meio ambiente. É importante observar os dados estatísticos disponíveis, que demonstram efetiva e claramente que o aumento da produtividade foi o maior responsável pelo incremento na produção e esta produtividade está diretamente relacionada aos avanços científicos e tecnológicos envolvendo: novos maquinários mais potentes; agrotóxicos mais eficientes; fertilizantes mais eficazes; sistemas de produção, armazenamento e comercialização melhores administrados; bancos de dados gerando informações precisas fundamentando todo o processo produtivo; melhoramentos genéticos.
Esta tese é compartilhada também por Nicholas Vidal, em seu livro “Agradeça aos Agrotóxicos por Estar Vivo” este livro, na verdade é um destruidor de mitos, especialmente os alarmistas, com sólidos fundamentos em estatísticas oficiais e já exaustivamente debatidas e aceitas como verdadeiras. Sua teoria central, também a minha, é que o aumento da produtividade evitou não só a fome, contrariando as teorias de Malthus, mas também a derrubada de muitas florestas. E esta produtividade só foi alcançada a partir de uma intensa incorporação de tecnologia ao campo, resultante de um ambiente de excelência na ciência, como o é, quando se trata do segmento do Agronegócio, um dos mais dinâmicos do mundo, em função de contínuos investimentos públicos e privados no setor e de sua necessiade estratégica para a humanidade.
Vejamos os números: de acordo com os dados do IBGE, a área colhida de grãos no Brasil em 1975 era de 32.878.017 hectares, representando 3,86% do território nacional (considerando a área atual); em 2017, esta área passou a ocupar 61.122.704 hectares, ou 7,18% da superfície brasileira. Um incremento de 85,68% na área colhida de grãos no país. No mesmo período, a produção passou de 39.442.067 toneladas para 242.082.569 toneladas, uma majoração de 513,77%. Deste modo: em  1975, a produtividade média da produção de grãos era de 1.200 toneladas por hectare; em 2017, esta produtividade alcançou 3.961 toneladas por hectare, um aumento de 230,15%.