19 de out. de 2009

CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS DE MATO GROSSO

Esta publicação fundamentou-se em trabalho apresentado pela EMBRAPA, que compilou os dados produzidos pelo Zoneamento Sócio Econômico Ecológico desenvolvido pela SEPLAN – MT (Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral). Na elaboração deste zoneamento, esta secretaria identificou e mapeou, em escala 1: 250.000, vinte e três classes de solo no estado, os quais listaremos abaixo, com seus respectivos percentuais de ocorrência e descrição:
LATOSSOLO ROXO
Ocupam 0,18% do território estadual. Caracterizam-se por serem solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B latossólico de cor vermelho escura com tonalidades arroxeadas e teores de Fe²O³, provenientes do ataque sulfúrico maior que 18%. Em geral, possuem forte atração magnética. São profundos, friáveis ou muito friáveis, argilosos ou muito argilosos, porosos, permeáveis e estão cobertos pelas vegetações de Cerrado e Floresta. Nestas áreas sua ocorrência se dá, na maioria das vezes, em condições de relevo plano e suavemente ondulado, o que junto às suas excelentes características físicas, é responsável pelo intenso uso agrícola mecanizado. A sua ocorrência em maior abundância e praticamente única é no Planalto de Tapirapuã, contemplando municípios como Tangará da Serra, Nova Olímpia, Arenápolis e Nortelândia.
LATOSSOLO VERMELHO-ESCURO
Ocorrência de 23,63% no estado. Solos minerais, profundos, muito intemperizados, têm por característica apresentar um horizonte B latossólico, de cor vermelho escura e possuem teores de Fe²O³ entre 8 e 18%. Possuem boa drenagem interna, em função de elevada porosidade e homogeneidade de características ao longo do perfil havendo, em consequência, elevada permeabilidade. Este fato os coloca como solos de razoável resistência à erosão de superfície. São alguns dos solos mais expressivos em termos de ocorrência no estado, e se distribuem por todas as regiões tendo, contudo, no Planalto dos Parecis, sua maior ocorrência. São cobertos tanto por vegetação de Cerrado quanto por Floresta. Suas condições físicas são excelentes, que aliadas ao relevo plano ou suavemente ondulado onde ocorrem, favorecem sua utilização com as mais diversas culturas adaptadas à região. Por serem ácidos e distróficos, ou seja, com baixa saturação de bases, requerem sempre correção de acidez e fertilização, o que sugerimos que sejam feitas dentro de parâmetros agroecológicos.
LATOSSOLO VERMELHO AMARELO
Ocorrem em 17,18% do estado. Bem drenados, são solos caracterizados pelo horizonte B latossólico de cores vermelhas a vermelho amareladas, com teores de Fe²O³ iguais ou inferiores a 11%, normalmente superiores a 7%, quando a textura é argilosa ou muito argilosa. São profundos, possuindo características físicas que se refletem em boa drenagem interna, boa aeração e ausência de impedimentos físicos à mecanização e penetração de raízes, condições extremamente favoráveis ao aproveitamento agrícola. Suas características químicas são as principais limitações ao aproveitamento agrícola, impondo a execução de práticas para correção destas limitações com adubação e calagem dentro de manejo agroecológico. São intensivamente utilizados, ora com pastagens plantadas (textura média), ora com lavouras (textura argilosa). O relevo onde ocorre é suave ondulado ou plano, sob vegetação de Cerrado e Floresta. Distribuem-se por praticamente todas as regiões do Estado tendo suas ocorrências mais significativas no extremo Norte (Município de Apiacás), Noroeste (municípios de Aripuanã e Juína), Planalto dos Parecis, Planície do Guaporé (Comodoro e Vila Bela da Santíssima Trindade), Bacia do Alto Paraguai (Diamantino, Nortelândia, Denise e Barra do Bugres, entre outros), Chapada dos Guimarães e a Planície do Araguaia (Barra do Garças, Água Boa, Canarana e São Félix do Araguaia).
LATOSSOLO VERMELHO AMARELO PODZÓLICO
Surgem em um percentual de 0,60% do estado. São diferentes dos Latossolos Vermelho Amarelos apenas pela ocorrência de um gradiente textural excepcionalmente elevado para a classe dos Latossolos. São solos de textura média e possuem apenas limitações de ordem química para o uso agrícola. São necessárias a adubação e a calagem, para sua colocação no processo produtivo, destacando que uma visão agroecológica destes processos são essenciais. São dados como dominantes na porção Sudoeste do Estado, abrangendo terras do Município de Cáceres.
TERRA ROXA ESTRUTURADA
No estado, ocorrem em 0,03% das terras. Caracterizam-se como solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B textural, argila de atividade baixa, cerosidade moderada a forte, estrutura moderada a fortemente desenvolvida em blocos e/ou prismas, cor vermelho escura com tonalidades arroxeadas e teores de Fe²O³ relativamente elevados (> 15%). Sua fertilidade natural é de média a alta, com textura argilosa ou muito argilosa, o gradiente textural é baixo e a profundidade é mediana. Possuem boas condições físicas e apresentam como principais limitações ao uso agrícola sua ocorrência em relevo ondulado e forte ondulado, elevada susceptibilidade à erosão e a presença de pedregosidade e rochosidade em algumas unidades. Em áreas de relevo suavemente ondulado podem ser utilizados para a agricultura, tomando-se os devidos cuidados com a erosão com práticas agroecológicas. Em modo de dominância ocupam as regiões Norte e Sudoeste do Estado.
BRUNIZÉM AVERMELHADO
Ocupam 0,07% de Mato Grosso. Solos minerais, não hidromórficos, moderadamente profundos a rasos com distinta diferenciação entre os horizontes, em geral com textura média, nos horizontes superficiais e argilosa, nos sub-superficiais. No aspecto químico, apresentam teores elevados de saturação e soma de bases, enquanto os de saturação com alumínio são baixos ou até praticamente inexistentes. São solos, portanto, com excelentes características químicas para o uso agrícola, com elevado potencial nutricional, refletido em alta saturação de bases e capacidade de troca de cátions, além de praticamente nenhuma acidez. Entretanto, ocorrem em locais onde o relevo é acidentado e associado a solos rasos, prevalecendo, assim, as limitações decorrentes das fortes declividades que lhes conferem alto risco de erosão. Como conseqüência direta desta característica, são mais usados como pastagens, ocupando parte dos municípios de Pontes e Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade.
PODZÓLICO AMARELO
Têm ocorrência em 0,08% das terras estaduais. São solos minerais, bem drenados, profundos, caracterizados pela ocorrência de um horizonte B textural sob um horizonte A, que na área é do tipo moderado. No aspecto químico são caracterizados como álicos sendo, desta forma, desprovidos de elementos nutrientes para os vegetais. Sua baixa fertilidade natural e a relativa alta erodibilidade são os principais empecilhos destes solos para o seu aproveitamento integral na agricultura. Correções químicas, com fundamentação agroecológica, são determinantes para a sua utilização plena. Ocorrem ligados a sedimentos possivelmente retrabalhados, posicionados na baixa vertente dos principais rios da região Noroeste do Estado e aparecendo como dominantes na região dos municípios de Colniza e Aripuanã.
PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO
Solos de grande ocorrência no estado, com 24,1% das terras. São solos minerais, não hidromórficos, com horizontes B textural, de cor vermelho amarelada e distinta diferenciação entre os horizontes no tocante a cor, estrutura e textura, principalmente. São profundos e se apresentam recobertos por vegetação de Floresta e Cerrado onde o principal tipo de uso verificado é a pastagem. De modo geral, pode-se dizer que são solos bastante suscetíveis à erosão, sobretudo quando há maior diferença de textura do A para o B, presença de cascalhos e relevo mais movimentado com fortes declividades. Com estas características não são recomendados para agricultura, prestando-se, entretanto, para pastagem. São uma das classes de solos mais importantes do estado, ocorrendo como dominante em três regiões: uma extensa faixa na porção Norte, sobretudo nos municípios de Juara, Aripuanã; outra grande concentração na porção Sudoeste, nos municípios de Pontes e Lacerda, Porto Esperidião, Jauru, Figueirópolis d’Oeste, São José dos Quatro Marcos e Araputanga e, por fim, na região Sudeste, abrangendo áreas dos municípios de Jaciara, Rondonópolis e Poxoréu.
PODZÓLICO VERMELHO ESCURO
Ocorrem apenas em 0,01% do território de Mato Grosso. São diferentes dos demais Podzólicos principalmente pela coloração mais avermelhada do horizonte B. Ocorrem em relevo desde suave a forte ondulado e sua cobertura vegetal natural é a Floresta. A baixa fertilidade natural, no caso dos solos distróficos, relevo acidentado em algumas unidades de mapeamento e a relativa alta vulnerabilidade à erosão, limitam o uso agrícola destes solos. Associado à baixa fertilidade, a presença do horizonte B textural, condiciona uma maior propensão à erosão. Ocorrem como dominantes em pequenas manchas ao Norte, no Município de Guarantã do Norte e na região Sudoeste do Estado, nos municípios de Mirassol d’Oeste e Salto do Céu.
PLANOSSOLO
Aparecem em 2,04% do estado. Solos minerais hidromórficos, com mudança de textura abrupta entre o A ou o E e o horizonte B textural que tem alta densidade aparente, cores de redução e/ou mosqueados, decorrentes de má drenagem. São rasos ou de profundidade média, com permeabilidade lenta abaixo da superfície, em decorrência da porosidade total muito baixa. Assim, há o favorecimento de encharcamento temporário a que estão sujeitos em conseqüência da situação topográfica baixa que ocupam em áreas receptoras de águas. Contrapondo-se ao período em que permanecem molhados, durante a época seca, estes solos tornam-se de duros a extremamente duros. Suas principais limitações à agricultura se relacionam, sobretudo, às características físicas desses solos, que decorrem da drenagem imperfeita; alta densidade aparente e permeabilidade lenta. Ocorrem como dominantes na região do Pantanal onde são usados como pastagens, ao Sul e Sudoeste do Estado, abrangendo municípios como os de Cáceres, Poconé e Barão de Melgaço.
SOLONETZ SOLODIZADO
Representam 0,02% dos solos estaduais. São minerais, hidromórficos ou não, com alta densidade aparente no horizonte B e com porosidade total extremamente baixa, que indicam más condições físicas para o desenvolvimento vegetal. Quando secos, os horizontes abaixo da superfície ficam extremamente duros e compactos, tornando a permeabilidade muito lenta, o que dificulta a penetração do ar, água e raízes. Seus principais fatores limitantes estão relacionados às más condições físicas, resultantes da alta densidade aparente, baixa porosidade, lenta permeabilidade nos horizontes B e C, teores elevados em sódio trocável, que inibem o desenvolvimento da maioria das plantas cultivadas, e alta susceptibilidade à erosão. Restringe-se a pequenas ocorrências na região do Pantanal, no Município de Poconé.
CAMBISSOLO
No estado, ocupam 4,75% das terras. São solos minerais não hidromórficos, pouco profundos a rasos, com pequena diferenciação de horizontes, ausência de acumulação de argila, textura franco arenosa ou mais fina. Na região de Nova Brasilândia há o predomínio de Cambissolos mais rasos, pedregosos, cascalhentos, ocorrendo em relevo forte ondulado sob vegetação de Floresta. Na Depressão de Paranatinga são pedregosos, poucas vezes são cascalhentos, ocorrem em relevo desde plano a ondulado, nas planícies, e forte ondulado, nas áreas serranas. Algumas de suas unidades podem ser aproveitadas para uso agrícola, embora seu uso mais comum, atualmente, seja a pastagem plantada. Até há pouco tempo, suportaram expressivas lavouras de arroz, principalmente na região de Paranatinga. Contudo, hoje, nesta região, a criação de gado e a produção de sementes de forrageiras são mais comuns.
São, de modo geral, solos bastante suscetíveis à erosão. A maior parte da área destes solos tem relevo ondulado, forte ondulado ou montanhoso, onde as limitações podem ser fortes ou muito fortes. Ocorrem de forma expressiva e em caráter de dominância nos municípios de Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Rosário Oeste, Nova Brasilândia, Paranatinga, Campinápolis, Água Boa e Canarana.
PLINTOSSOLO
Ocupam 7,32% das terras estaduais. São solos minerais hidromórficos ou pelo menos com sérias restrições de drenagem, tendo como principal caracteristica a presença de horizonte plíntico dentro de 40 cm da superfície ou a maiores profundidades.
Ocorrem, em geral, em locais planos e baixos, onde há oscilação do lençol freático. São imperfeitamente ou mal drenados, com horizonte plíntico de coloração variegada com cores acinzentadas alternadas com cores avermelhadas e intermediárias entre estas. Este horizonte, ao submeter-se a ciclos de umedecimento e secagem e, após drástico e prolongado rebaixamento do lençol freático, desidrata-se irreversivelmente, tornando-se extremamente duro quando seco.
Apresenta textura extremamente diversificada, tendo sido constatado desde solos arenosos até argilosos, sendo característica a grande diferença de textura do A ou E para o horizonte B, por vezes, com mudança textural abrupta.
Sua principal limitação agrícola está relacionada com a drenagem imperfeita ou má, que limita bastante o uso destes solos durante uma parte do ano, quando ficam saturados com água. Em função de sua diversidade textural e de suas características químicas, são mais usados com pastagens. Na Ilha do Bananal, partes destes solos, os mais argilosos, estão sendo usados com arroz irrigado, apresentando grande produtividade. Na porção Norte do Estado, foram verificados como dominantes em algumas situações elevadas no Município de Aripuanã, mas têm sua grande expressão nas Planícies do Bananal, Guaporé e do Pantanal Matogrossense.
VERTISSOLO
São solos subdominantes, sem expressão territorial, são minerais hidromórficos ou não, argilosos com mais de 30% de argila de alta atividade (expansivas). Estes teores relativamente altos em argila com atividade alta tornam os solos muito plásticos e muito pegajosos quando molhados e de consistência extremamente dura quando secos, além de possuírem permeabilidade lenta.
Apesar de serem solos ricos quimicamente, suas más condições físicas que lhe conferem lenta permeabilidade, aliada à baixa condutividade hidráulica e grande plasticidade e pegajosidade quando molhados, dificultam o manejo e prejudicam o sistema radicular das plantas, não sendo propícios à agricultura. Sua ocorrência está restrita ao Pantanal Matogrossense, onde aparecem, apenas, como subdominantes, associados a Solos Aluviais.
GLEI POUCO HÚMICO
Sua ocorrência é de 1,58% nas terras do Estado. São solos minerais hidromórficos, de mal a muito mal drenados, encharcados, ocorrem em áreas baixas, com textura variável de média a muito argilosa. Suas principais limitações ao uso agrícola decorrem da má drenagem, com presença de lençol freático alto e dos constantes riscos de inundação.
Aparecem em alguns trechos das planícies dos rios Juruena, Arinos, Xingu, Araguaia, Guaporé e ainda trecho da bacia do Rio Piquiri, afluente do Rio Paraguai.
AREIAS QUARTZOSAS
Solos minerais arenosos, que ocupam 12,94% do território estadual. São de muito a fortemente drenados, normalmente profundos ou muito profundos, essencialmente quartzosos, virtualmente destituídos de minerais primários pouco resistentes ao intemperismo. Sua textura se insere nas classes areia e areia franca até pelo menos 2 metros de profundidade e são, normalmente, muito pobres.
Sua ocorrência se dá geralmente em relevo que varia do plano ao ondulado, sob vegetação tanto de Cerrado quanto de Floresta. Sua textura muito arenosa condiciona uma baixa retenção de umidade e de eventuais elementos nutrientes aplicados, caracterizando-se como uma fortíssima limitação ao seu aproveitamento agrícola. Sua presença mais significativa é verificada sobre o Planalto dos Parecis, mais especificamente, em suas porções Sul e Oeste, onde estão sob a vegetação do cerrado. Outra grande concentração é verificada em municípios como Alto Araguaia, Alto Garças, Itiquira, Poxoréu e General Carneiro.
AREIAS QUARTZOSAS HIDROMÓRFICAS
Possuem uma ocorrência de 0,06% em Mato Grosso. São solos minerais, hidromórficos, com textura arenosa ou areia franca até a profundidade de 2 metros pelo menos.
Sua incidência é em ambientes com restrição de drenagem, geralmente com lençol freático elevado. Possuem uma fertilidade natural baixa, o que impõe sempre a necessidade de adubações (preferencialmente orgânicas) para seu aproveitamento. São pouco expressivos em termos de ocorrência. Foram verificados como dominantes apenas em pequenos trechos das planícies do Rio Itiquira, na área do Pantanal Matogrossense e do Rio Corixão do Meio na Planície do Bananal (Rio Araguaia).
SOLOS ALUVIAIS
Têm 0,34% de ocorrência no Estado. São solos minerais não hidromórficos, pouco evoluídos, formados em depósitos aluviais recentes, nas margens de cursos d’água. Em função de sua origem, de fontes as mais diversas, esses solos são muito heterogêneos quanto à textura e demais propriedades físicas e químicas, que podem variar num mesmo perfil entre as diferentes camadas.
Os maiores entraves ao desenvolvimento agrícola nesses solos são decorrentes dos riscos de inundação por cheias periódicas ou por acumulação de água de chuvas na época de intensa pluviosidade. Contudo, os solos aluviais são considerados de grande potencialidade agrícola, por ocorrerem em locais de relevo plano, favorecendo a prática de mecanização agrícola intensiva. Incidem em vários trechos das planícies dos rios Paraguai, Cuiabá e São Lourenço, na região Sul do Estado.
SOLOS LITÓLICOS
Ocupam 2,40% das terras estaduais. São solos minerais não hidromórficos, pouco desenvolvidos, muito rasos ou rasos, com textura variável, frequentemente arenosa ou média, ocorrendo textura argilosa e raramente siltosa. São heterogêneos quanto às propriedades químicas e ocorrem sob vegetação Campestre, de Cerrado e Floresta, em locais com forte declividade, geralmente encostas de morros e bordas de chapadas.
Sua pequena espessura, a frequente ocorrência de cascalhos e fragmentos de rocha no seu perfil, sua grande susceptibilidade à erosão, especialmente nas áreas de relevo acidentado, que são as mais freqüentes onde ocorrem, são as limitações mais comuns para este tipo de solo. Como dominantes, foram mapeados de forma dispersa nas várias regiões do Estado, destacando-se as bordas das Chapadas de Dardanelos e Serra dos Apiacás.
SOLOS CONCRECIONÁRIOS LATOSSÓLICOS
Representam 1,36% dos solos do Estado. São solos minerais, bem drenados, profundos e que ocorrem sob vegetação de cerrado e de floresta, sobretudo em superfícies aplanadas dos planaltos elevados.
Suas limitações ao uso agrícola decorrem da grande quantidade de concreções lateríticas consolidadas na massa do solo (normalmente mais de 50% do seu volume), que dificultam muito o uso de máquinas agrícolas e a penetração de raízes. São ainda pobres, com baixa saturação de bases. Ocorrem mais expressivamente nas Chapadas de Dardanelos, Serras dos Apiacás e Caiabis, ao Norte do Estado; sobre o Planalto dos Parecis, na altura do município de Serra Nova do Norte e Peixoto de Azevedo; na região de Canarana e Água Boa, a Leste do Estado e, por fim, na região da Depressão Cuiabana.
SOLOS CONCRECIONÁRIOS PODZÓLICOS
São solos minerais com 0,22% de ocorrência na área do Estado, bem drenados, profundos, com presença de concreções de ferro ao longo do perfil em quantidade maior que 50% por volume e surgem sob vegetação de Cerrado cujo relevo de ocorrência é suave ondulado.
Assim como no caso dos Solos Concrecionários Latossólicos, são limitados, do ponto de vista agrícola, pela presença excessiva de concreções ferruginosas no perfil e pela baixa fertilidade natural. São dominantes em uma única mancha na Depressão Cuiabana, abrangendo os municípios de Poconé e Nossa Senhora do Livramento.
SOLOS CONCRECIONÁRIOS CÂMBICOS
Com percentual de 0,58% de ocorrência no Estado, são solos minerais, bem drenados, de profundidade mediana, com presença de concreções de ferro ao longo do perfil em quantidade maior que 50% do volume. Estão sob vegetação de Cerrado e o relevo de ocorrência é suave ondulado. Não são utilizados com lavouras, sendo a pastagem de capim braquiária o tipo de utilização mais comum sobre estes solos.
A expressiva presença de concreções e a baixa fertilidade natural associam-se, neste caso, a uma menor profundidade do perfil do solo, para restringir as possibilidades de uso agrícola sobre os mesmos. Sua maior expressividade, em termos de dominância, é verificada na região da Depressão Cuiabana, nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande e Rosário Oeste, entre outros.
AFLORAMENTOS DE ROCHA
São unidades subdominantes, onde rochas encontram-se expostas na superfície do terreno, tanto em forma descontínua (matacões e/ou boulders) como em forma contínua (lageado). Nesses locais, os vegetais superiores não encontram meios para se desenvolver.
Não se prestam ao uso agrícola, considerando-se tanto os aspectos físicos, quanto químicos e mineralógicos. Estão distribuídos por praticamente toda a área do Estado, sendo mais comuns em áreas acidentadas. São componentes subdominantes em várias unidades de mapeamento e ocorrem associados a vários solos, principalmente Solos Litólicos.
SOLOS ORGÂNICOS
A categoria de "solos orgânicos", com ocorrência de 0,04% no Estado, foi mapeada pela SEPLAN-MT, embora não tenha sido descrita no Zoneamento Sócio Econômico Ecológico do Estado do Mato Grosso, sua ocorrência principal é apontada nos municípios de Comodoro, Diamantino e Primavera do Leste, com uma área total de 3.221,67km2.