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Define-se a textura do solo pela proporção relativa das classes de tamanho de suas partículas. A Sociedade Brasileira de Ciência do Solo define quatro classes de tamanho de partículas menores do que 2 mm, usadas para a definição da classe de textura dos solos:
Areia grossa – 2 a 0,2 mm
Areia fina – 0,2 a 0,05 mm
Silte – 0,05 a 0,002 mm
Argila – menor do que 0,002 mm
Não se considerando a matéria orgânica e nem partículas maiores do que 2 mm no solo, seu total de partículas é igual ao somatório da proporção de areia, silte e argila, de maneira que um solo pode ter de 0 a 100% de areia, de silte e de argila. As possibilidades de arranjos, resultantes da combinação das proporções de classes de partículas é muito grande, em função disto, desenvolveu-se um sistema de classificação gráfico e funcional para a definição das classes de textura dos solos. O sistema consiste na sobreposição de três triângulos isósceles que representam a quantidade de argila, silte e areia do solo.
Pode-se avaliar a textura diretamente no campo ou em laboratório. No campo, a estimativa é baseada na sensação ao tato ao manusear uma amostra molhada de solo. A areia produz sensação de aspereza, o silte maciez e a argila maciez, plasticidade e pegajosidade. A classe textural, em conjunto com o tipo de argila existente, afeta outras propriedades físicas, como a drenagem e a retenção de água, a aeração e a consistência dos solos.
A classe textural é uma importante característica de um solo porque pouco varia ao longo do tempo. Transformações ocorrerão apenas se houver mudança da composição do solo devido à erosão seletiva e/ou processos de intemperismo, que acontecem em escala de séculos a milênios. Entende-se assim, que o uso e o manejo do solo afetam pouco a sua textura.
Considera-se um solo fisicamente ideal para o desenvolvimento de plantas quando apresenta boa retenção de água, bom arejamento e suprimento de calor e pouca resistência ao crescimento radicular. Concomitantemente deve ter boa estabilidade dos agregados e boa infiltração de água no solo, que são condições físicas importantes para qualidade ambiental dos ecossistemas.
Relação textura x propriedades dos solos
Solos Arenosos
Menor porosidade, menor micro e maior macroporosidade, baixa retenção de água, boa drenagem e aeração, menor densidade do solo, rápido aquecimento, resistente à compactação, baixa capacidade de troca de cátions (CTC), maior lixiviação e erosão, baixa coesão e friável, consistência friável quando úmido, mecanização facilitada, baixa quantidade de matéria orgânica com rápida decomposição.
Solos Argilosos
Maior porosidade, maior micro e menor macroporosidade, alta retenção de água, drenagem lenta com pouca aeração quando pouco agregados, maior densidade, aquecimento lento, suscetível à compactação, maior capacidade de troca de cátions (CTC), menos lixiviável e mais resistente à erosão, elevada coesão com consistência firme, sensação de plasticidade e pegajosidade quando molhado, mais pesado para a mecanização, média a alta quantidade de matéria orgânica e menor decomposição orgânica.