6 de jul. de 2018

OS 17 ODS - OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL / AGENDA 2030 DA ONU


Entendendo que as ações adotadas pelos países em relação à sustentabilidade do planeta devem ser conectadas e seguir em um caminho único, ou ao menos paralelo, a  ONU – Organização das Nações Unidas estabeleceu em 2015 uma agenda global para direcionar a construção e implementação de políticas públicas até 2030 que proporcionem o aprimoramento da qualidade de vida da população.
A Agenda 2030, como tornou-se conhecida, é constituída por 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), decompostos em 169 metas. Importa ressaltar que, quando são estabelecidos objetivos e metas é possível mensurar os resultados de modo parcial e integral e, de acordo com uma das principais premissas da Qualidade Total, “o que é medido é gerenciado”. Este objetivos estão assim divididos:


Nesta edição serão apresentados os principais dados do ODS 6 – Água Potável e Saneamento, apresentando os demais em futuras edições.

Uma das principais necessidades da elaboração da Agenda 2030 foi a previsão da ONU de que, neste ano, deva haver uma demanda aproximadamente 50% superior ao nível atual do consumo mundial de água. Isto em um mundo onde, atualmente, 500 milhões de pessoas, cerca de 6,57% da população mundial atual, estimada pela ONU em 7,6 bilhões de pessoas, estão estabelecidas em regiões onde a capacidade de abastecimento dos recursos hídricos é menor que o consumo de água e dois terços da população mundial, aproximadamente 5,06 bilhões de pessoas, reside em áreas onde, ao menos durante um mês por ano, há restrições no abastecimento de água.
De acordo com a OMS – Organização Mundial de Saúde / UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância (2017), cerca de 2,1 bilhões de pessoas não possuem acesso à água potável em suas residências. Aproximadamente 4,5 bilhões de pessoas (59,21% da população) não possui acesso a saneamento básico adequadamente seguro e ainda, 892 milhões de habitantes defecam a céu aberto. Neste sentido, observa-se que 88% das mortes por doenças diarreicas agudas ocorrem por falta de condições de higiene, saneamento adequado e abastecimento de água potável. Essas condições são mais acentuadas na região da África Subsaariana e em partes do Sudeste Asiático.
Segundo a EMBRAPA (2016), a América Latina é a região do mundo com maior disponibilidade de água potável em seus territórios, contudo, ainda assim, 34 milhões de habitantes desta região (5,34% da população da região) não possui acesso permanente à água potável. Isto ocorre, principalmente, porque as maiores concentrações de água potável estão localizadas em regiões com pouca densidade populacional.
Observa-se ainda que existem regiões áridas e semiáridas, especialmente no Nordeste brasileiro, onde há escassez de recursos hídricos, quadro agravado pelas condições econômicas e sociais locais.
Atualmente, segundo dados do Ministério das Cidades, através de seu Snis- Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, a água potável está acessível à cerca de 83,3% da população brasileira. Ressalta-se entretanto, que o percentual restante, aproximadamente 16,7% , representa um universo de aproximadamente 35 milhões de pessoas sem acesso à água tratada para o consumo.
O Brasil possui recursos hídricos em grande quantidade em seu território. De acordo com a ANA – Agência Nacional de Águas, em seu relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos 2017, o escoamento superficial no Brasil é de cerca de 260.000 m³/s (vazão média), concentrando-se, entretanto, em aproximadamente 80% na Região da Amazônia Legal. Desta vazão total, todavia, apenas cerca de 30,23%, aproximadamente 78.600 m³/s correspondem à disponibilidade hídrica superficial (estimativa de quantidade de água ofertável para os diversos usos, que, para os objetivos de seu gerenciamento, considera um nível determinado como garantia [ANA – Agência Nacional de Águas, 2017]). Mais uma vez, entretanto, há o predomínio da Região Amazônica, cuja bacia detém cerca de 83,48% do total da   disponibilidade hídrica brasileira, o que representa aproximadamente 65.617 m³/s.
Disponibilidade hídrica por bacia hidrográfica. Fonte: ANA – Agência Nacional de Águas (2017).



Uma importante observação que se faz é em relação aos reservatórios artificiais, que potencializam sobremaneira a disponibilidade hídrica superficial. Uma de suas importantes funções é a regularização do fluxo hídrico, diminuindo as oscilações sazonais das vazões. Deste modo, armazena água nos períodos chuvosos, evitando sua vazão desordenada, liberando-a, gradativamente, nos períodos de estiagens, onde haveria menor fluxo hídrico. Em 2016, eram 19.361 reservatórios mapeados pela ANA, com grande relevância para o país.


Por ser um país de dimensões continentais, o Brasil possui uma grande variação em sua pluviometria, na região semiárida do Nordeste o total anual é de aproximadamente 500 mm, enquanto na região Amazônica este total é de mais de 3.000 mm anuais. Na média, o Brasil tem uma precipitação de 1.760 mm. (1 mm de chuva é o equivalente à altura [nível da água] de 1 litro de água distribuído em 1 m²).



Ciclo hidrológico brasileiro – De acordo com dados do SNIRH – Sistema Nacional de Informações de Recursos Hídricos, da ANA – Agência Nacional de Águas, a chuva é a principal fonte da entrada de água no ciclo hidrológico brasileiro, são cerca de 13,4 trilhões de m³/ano. Outros países, especialmente da Cordilheira Andina, acrescentam ao Brasil aproximadamente 3,1 trilhões de m³/ano. Entretanto, há também um volume aproximado de 900 bilhões de m³/ano de saída de água para outros países, assim como 10,2 trilhões de m³/ano relacionados à evapotranspiração. Estes valores resultam em uma vazão gerada aproximada de 6,2 trilhões de m³/ano no Brasil e em um deságue oceânico de cerca de 8,4 trilhões de m³/ano. Existe ainda, no país, uma estimativa de que as águas subterrâneas contenham 1,1 trilhão de m³/ano em armazenamento.