O
mundo passa por intensas mudanças ambientais que afetam em maior ou menor
escala a produção global de alimentos. Há as alterações do clima, cada vez mais
aceleradas; maior incidência de pragas; escassez de água; degradação de terras
aráveis; poluição de solo e água; entre diversos outros fatores que comprometem
a produção mundial de alimentos e ameaçam a segurança alimentar das nações.
Importa
ressaltar que este cenário de ameaças à produção de alimentos se conjuga a
outro, demográfico, de expansão populacional e de maior demanda por alimentos, em função do aumento de renda
e urbanização da população.
Neste
contexto, a relação entre os fatores ambientais e o sistema de produção global
de alimentos é cada vez mais intensa e interdependente. É clara a relação
existente entre a oferta e a procura, elevando preços quando a primeira é menor
que a segunda. Todavia, a absorção do impacto
destes preços não
é equivalente para todos os países, alguns, os de maior dependência dos
mercados externos para o seu abastecimento teriam que absorver um impacto
maior. De acordo com estudos realizados pelo PNUMA – Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente a China, por exemplo, perderia o equivalente a 160 bilhões
de dólares se os preços dos alimentos duplicassem, algo próximo do PIB da Nova
Zelândia, como comparação. Outro país em que uma grande oscilação de preços de
alimentos traria um impacto severo seria a Índia. Observa-se que são nações com
grande contingente populacional e características muito peculiares, cada qual
de um modo, claro.
O
PNUMA elaborou um relatório onde especifica os dez países que seriam mais
afetados com a duplicação dos preços dos alimentos em nível global,
especialmente por sua condição de vulnerabilidade econômica e social. Os
principais índices avaliados foram o PIB – Produto Interno Bruto e o IPC –
Índice de Preços ao Consumidor.
Ressalta-se
que, pelo ranking elaborado, os países mais afetados estão localizados no
continente africano, que, historicamente já sofrem com a falta de alimentos,
por razões climáticas, históricas e políticas.